Você, profissional do Direito, também está sujeito à "meia-vida do conhecimento"!
Por Bernardo de Azevedo e Souza
"Meia-vida" é o tempo que leva para algo reduzir pela metade a sua quantidade. O termo é frequentemente usado no contexto do decaimento radioativo, que ocorre quando partículas atômicas instáveis perdem a energia (ao menos 29 elementos são capazes de passar pelo processo). Embora os cientistas tenham definido meias-vidas para diferentes elementos, a taxa exata é complementa aleatória.
Na biologia, meia-vida é o tempo necessário para uma substância perder metade dos seus efeitos. Aliás, as drogas são o exemplo mais óbvio. Quando falamos em meia-vida da droga, estamos falando do tempo necessário para que seu efeito seja dividido pela metade. Ou seja, o tempo que leva para metade da substância sair do corpo (na farmacocinética, o processo é chamado de “meia-vida de eliminação”).
Assim como as partículas atômicas instáveis e as drogas, o conhecimento também tem meia-vida. O conceito “meia-vida do conhecimento” (half-life of knowledge, em inglês) foi introduzido em 1962 pelo economista austro-americano Fritz Machlup, para descrever o tempo que leva para metade de um conhecimento específico ser substituído.
Para se ter uma ideia, a meia-vida da carreira de engenharia era de 35 anos em 1860. Ou seja, levaria 35 anos para que metade do que um engenheiro aprendeu na faculdade fosse refutado ou substituído. Um século depois, esse período diminuiu para 10 anos. Hoje, as estimativas colocam a meia-vida de um diploma de engenharia entre 2,5 e 5 anos, exigindo entre 10 e 20 horas de estudo por semana.
Embora os números das "meias-vidas" da maioria das carreiras sejam difíceis de mensurar, muitos acreditam que o conhecimento está ficando obsoleto em menos tempo. A Quarta Revolução Industrial está mudando a maneira como nos comunicamos, trabalhamos e nos relacionamos. Os avanços da tecnologia estão afetando uma série de domínios, exigindo profissionais cada vez mais preparados para enfrentar os novos desafios.
O Direito também está imerso nesse contexto e seus profissionais estão sujeitos a lidar com a "meia-vida do conhecimento". Nunca saberemos tudo e um dia esqueceremos muito do que aprendemos. O profissional que compreende isso, e não mede esforços para desenvolver continuamente novas habilidades, aumenta suas chances de alçar voo no "novo mundo" do Direito.
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2 Comentários
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Assunto interessantissimo. Nenhuma contextualização pragmática para o DIREITO? continuar lendo
Seria oportuna a participação da OAB para analisar e estabelecer regras para a renovação do registro profissional. Como cliente considero esse tema extremamente necessário, em especial para a entidade que requer com tanto rigor o acesso dos recém-formados. continuar lendo